23 de maio de 2013

Mais equidade, mais justiça com menos burocracia

Viva senhor Deputado;

A defesa de mais equidade, de mais justiça e de menos burocracia, são os comprometimentos políticos e sindicais que apoio! 

Na linha da senhora Dr.a Fernanda Palma:* "Como pode alguém aceitar ser sacrificado ao interesse colectivo sem nenhuma compensação?

Jürgen Habermas faz depender a validade de uma qualquer norma da sua compatibilidade com os interesses fundamentais do destinatário. Ora, poderá alguém considerar que a sua vida não é prioritária e aceitar o despedimento ou a redução da pensão que adquiriu ao longo dos anos para que a dívida pública diminua e o Estado pague aos credores júris elevadíssimos?

Ainda que tudo isto seja justificado por uma imposição externa, quem for administrador da comunidade...não pode subtrair-se à linguagem do Direito. A colaboração com qualquer eugenia social em nome da preservação do "interesse da maioria...debate-se com com a essencial dignidade humana.

Como refere Hannah Arendt, a experiência mais radical desse tipo de colaboracionismo terá acontecido com os líderes judaicos que aceitaram participar na seleção daqueles que viriam a ser enviados para os campos de concentração. Nesse caso, a explicação dada (salvar algumas pessoas) não justificou eticamente a colaboração com a destruição de vidas humanas.

Numa outra escala, as medidas que têm sido anunciadas para a função pública, os pensionistas e os reformados, são de tal forma graves que implicam a rejeição do que é devido a cada pessoa. Assim, desconhecem a Justiça os impérios que nos impõem a destruição dos valores da dignidade e da confiança em que assenta a construção de cada vida humana."

* Cf. Impérios sem Justiça, por Fernanda Palma, in Correio da Manhã, 19 de Maio de 2013