Viva senhor Deputado;
A defesa de mais equidade, de mais justiça e de menos burocracia, são os comprometimentos políticos e sindicais que apoio!
Na linha da senhora Dr.a Fernanda Palma:* "Como pode alguém aceitar ser sacrificado ao interesse colectivo sem nenhuma compensação?
Jürgen Habermas faz depender a validade de uma qualquer norma da sua compatibilidade com os interesses fundamentais do destinatário. Ora, poderá alguém considerar que a sua vida não é prioritária e aceitar o despedimento ou a redução da pensão que adquiriu ao longo dos anos para que a dívida pública diminua e o Estado pague aos credores júris elevadíssimos?
Ainda que tudo isto seja justificado por uma imposição externa, quem for administrador da comunidade...não pode subtrair-se à linguagem do Direito. A colaboração com qualquer eugenia social em nome da preservação do "interesse da maioria...debate-se com com a essencial dignidade humana.
Como refere Hannah Arendt, a experiência mais radical desse tipo de colaboracionismo terá acontecido com os líderes judaicos que aceitaram participar na seleção daqueles que viriam a ser enviados para os campos de concentração. Nesse caso, a explicação dada (salvar algumas pessoas) não justificou eticamente a colaboração com a destruição de vidas humanas.
Numa outra escala, as medidas que têm sido anunciadas para a função pública, os pensionistas e os reformados, são de tal forma graves que implicam a rejeição do que é devido a cada pessoa. Assim, desconhecem a Justiça os impérios que nos impõem a destruição dos valores da dignidade e da confiança em que assenta a construção de cada vida humana."
* Cf. Impérios sem Justiça, por Fernanda Palma, in Correio da Manhã, 19 de Maio de 2013
Procuro reflectir sobre os temas da actualidade, divulgar a cultura, a ciência, a arte portuguesa, e o mais que vos aprouver partilhar ou politizar, sob as divisas: nomear é conhecer, e "o país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo" (Agustina Bessa Luís). Da minha língua vê-se o mar (Vergílio Ferreira). Espero pela vossa perspectiva para o que falta ser e fazer, pois o que os nossos egrégios avós foram e fizeram, feito está. Ant.º Nunes.